terça-feira, 2 de junho de 2009

Primeiro final de semana - Centro, Arpoador e Ipanema














SÁBADO

Levantei com friozinho. Meu amigo me levou na feira da XV da Novembro e no Paço Imperial, fiz fotos e acabamos por sair na Rua do Ouvidor que estava um burburinho só. Um garçon nos disse que um sábado sim e outro não, tem lá um pagode. PAGODE, to fora! Coisa pra Dona Valena! Estava animado heim.

Lívia Rodrigues
No paço imperial, eu já queria procurar pela loja Arlequim. Logar que vende com exclusividade aqui no Rio o cd da minha boadrasta Lívia, bióloga por formação e cantora de coração. Descobri que o cd estava sendo vendido por R$25 e que o repaz que me atendeu acha a mistura da voz dela tão legal que comparou com 2 musas da música que não me recordo agora :) sorry.
Fiz a foto pra você Frau Rodrigues.

Passamos na Casa França-Brasil, vimos uma exposição sobre favelas e acabamos por parar na exposição no Banco do Brasil sobre o Yves Saint Laurent. Que por sinal é bela, mesmo que eu tenha visto só uma sala e alguns vestidos, pois a outra estava lotada... voltaremos outra hora!
Resolvemos entrar no recem restaurado Museu do Tribunal Eleitoral (que era pra ser um banco), fotos e fotos e ai decidi ir pra casa.
Saí de novo e fui andar sozinha no calçadão de Copa. Parece ser glamouroso né, mas me senti só. Vi a feirinha de Copa, mas não comprei nada. Andei e voltei pro apê com dois espetinhos. Pra ver se me fazia um agrado. Acabou que jantamos e fiquei vendo tv até adormecer.


DOMINGO
Eu havia lido um livreto sobre os bairros do Rio, e este foi sobre Copa e Leme. Sai decidida a explorá-los. Mas por indicação do Wandson, resolvi ir para a direita, em direção ao forte e Iapanema.
O domingo foi um presente. Haja visto que fazia 30º e o sol nem ardia, mas esquentava. Fui em direção ao posto 6, visitei o Forte de Copacabana, li sobre a revolta dos 18 do Forte e me senti de volta às aulas de história do prof. Bordalo, no 1º ano. Sempre gostei de história, era meu curso de intenção, mas ai resolvi prestar vertibular para turismo e acabei passando de primeira e deixando a história de lado.

Sozinha, andei pelo forte, sai em direção a APA do Arpoador e Copa Entrei por ela e saí no posto 7. Andei pela areia e me senti livre, leve. Ali eu podia. Saí da areia no posto 8, tentando descobrir se realmente estava em Ipanema, quando me dei conta, vi cais de gays homens se beijando, namorando e paquerando... era Ipanema mesmo. Sem preconceitos, sorri e adorei aquilo. Liberdade é tudo, coisa que não se vê em Belém.

Perguntei pela feirinha hippie de Ipanema e uma barraqueira me mostrou o caminho, super simpática e solícita. Achei a rua, a feirinha. Me senti na Praça da República aos domingos. Como no último que foi minha despedida e havia por lá o Arraial do Pavulagem.
Na feirinha, tinha tudo, quadros, pinturas, coisas artesanais e até piranhas empalhadas. Coisas pra turista. Um vendedor disse que eu tinha um sotaque meio que portuguÊs... hum, 'tu é besta é, sumano', só porque falo bem o portuguÊs não quer dizer que eu seja turista!!

Voltando de Ipanema, e me sentindo mais sozinha ainda, sentei na curva do calçadão e comecei a ouvir Bloc Party(dizendo o grego depois que já me viu alí e já havia alguma pretensão de aproximação). Uma banda inglesa, que tem umas baladinhas bem fortes, dica do que me restou de lembrança do meu último flirt com um inglÊs. Mas isso é outra história, ainda estou me recuperando. Se bem que se não fosse ele, eu não teria me animado e criado coragem pra me mudar pro Rio. Há males para o bem :)


Arpoador, Ipanema, Bloc Party e o grego
Sentei, botei as pernas penduradas, fitei o mar, aumentei o volume do mp3 e ouvi umas 2,3x duas músicas. Se não fosse o fato do meu fone de ouvido estar com mal contato, e isso me irritar profundamente (já que eu tinha que ficar segurando e mexendo no fio), eu teria derramado bem mais lágrimas do que as que cairam, acho que umas duas só. Me recompus e levantei em direção ao Arpoador... nesse trajeto do calçadão, vi um rapaz, surfista (haja visto que saia do mar e tinha uma prancha de baixo do braço), e que olhava na minha direção. Menina cabocla, magrela, esperta, olhei para trás, mas não havia ninguém e conclui que o danado me fitava. Fitei de volta, já que estava com os óculos escuros segurando os cabelos. Ele de repente, riu e me lançou um beijo!! Gente, o que se faz numa hora dessas?? Ri, sorri e continuei andando, e ele olhando e caminhando em direção contrária. Segui, nessas horas fujo de encrenca... mesmo desejando que a maldita me ache! E sentei na entrada da APA, ouvindo Bloc Party em alto volume. Não foram 30 segundos e um rapaz de olhor azuis ou verdes, prefiro não arriscar, se dirigiu a mim e perguntou em inglÊs se eu poderia ajuda-lo na escolha de uma canga de presente para uma mulher.
Respondi automaticamente, olhamos alguns motivos, mas ele não parecia muito interessado nelas. A conversa fluiu bem, apesar de meu inglÊs ser uma 'mierda', mas sai! Ele achou interessante eu falar inglÊs, já que brasileiros não falam freqeuntemente essa língua. Andamos, tomamos uma cerveja e no final descobri que é muiro importante você não ir a praia sem uma caneta! Leve nem que seja um lápis, uma lapiseira, que foi o que me salvou. já que o grego, ele era da Grécia, queria meu contato. Acho que na 5ª tentativa consegui uma lapiseira e quase não lembrando do número do telefone da casa nova, rezei para que fosse esse mesmo!
Voltei pra casa feliz, pois havia conhecido alguém. Já teria com quem conversar (mesmo que em inglês) e desbravar o Rio. Ele e o amigo, já tinham planos para ir a um samba, convite.

Cheguei em casa e decidi postar no Couch Surfing (comunidade na net para quem viaja e quer conhecer pessoas, entre se hospedar e ver a cultura local de perto), que eu era novata e estava na área.
Escrevi e é incrível como as pessoas me responderam super simpáticas e solícitas, amigáveis e hospitaleiras. Nossa, o Rio é mesmo demais! Estou em casa praticamente :)

O grego
Não darei nomes aos bois. Ele ligou (domingo a noite). Nos encontramos no calçadão do posto 5 e tomamos umas caipirinhas. Andamos, conversamos, contamos histórias e sentamos numa barraquinha que tinha um sambinha bem animado, os músicos principalmente. Mais pra lá de Copa a pergunta pessoal que não quis calar: "can I kiss you?". Como que se pergunta, ainda, isso hoje em dia!?! Ele que me pegasse na subida da escada do banheiro e me beijasse, apessar de ter os olhos verdes (ou azuis) e eu não confiar (mais) em olhos claros. É né, o que eu pude fazer... Tava uma noite tão fresquinha :*
A noite foi legal, me deixou dps em casa e fui dormir, sem pretenções nem lembranças, nem sorriso no rosto.

Na segunda a noite ele ligou de novo. Vai fazer o que, que tal um jantar? É, não é má idéia. já que eu havia vindo "varada de fome" da loja da TIM- após comprar um novo chip pra mim. E de ter gasto R$19 pra enxer o cartucho de tinta da impressora e ela não funcionar e por fim, ter feito compras no supermercado Pão de Açúcar, que é bem mais em conta que o Zona Sul.

Me arrumei sem pretenções, mas clássica né, afinal um jantar é um jantar. O grego é viajado, estudou e tem mestrado na Inglaterra. Trabalha pra uma empresa que faz negócios com os árabes... hummm sei! Lá fui eu. Gostei do prato dele, e se comi um terço do meu foi muito. Os camarões co salmão e alho estavam ótimos, deveria te rimitado-o! Entre um cigarro e outro dele, nos divergíamos, depois concordávamos e assim foi a noite que estava 'friazinha'. Depois de um café no apto dele (e eu não gosto de café), voltei pra casa e dormi sem pretensões também, já ele não posso dizer o mesmo :P

Reflexões
É interessante como homens tem comportamentos diferente uns dos outros. Evito fazer comparações,mas não consigo! Shit!

Aqui no Rio uma coisa que é chato de se andar com gringos é que sempre vai chegar alguém pra te pedir dinheiro, e mesmo eles achando que eu também sou gringa, sempre vão pedir para o homem. Mesmo ele não falando português!

Acho legal também como as pessoas aqui no Rio sorriem com facilidade. Eu tava com 4 sacolas de compras do mercado e ai dobrando a esquina percebi um rapaz, bonitinho por sinal, me olhar. Segui e nem liguei, mas sabe quando você acompanha pelo rabo do olho que o outro também está olhando, pois é... bem na hora que olhei de volta ele me olhou... o que fazer nessas horas? Ahh meu caro leitor, sorrir de volta! Sorria! É o que faço. Mesmo que você fiquei com medo da pessoa te seguir depois, mas como eu já estava na esquina de casa, nem liguei...

Voltei de taxi ontem e o motorista me esperou entrar no prédio! Gentileza ou a vizinhança é perigosa mesmo?

Estava saindo e não pude evitar de fazer a foto, as mulheres aqui andam com as meias assim mesmo, não sei o porque... se bem que é frio e tal e é a cidade do futebol na praia, influencia? Como disse a minha maiga alemã Sylvia: "Die sind doch keine Strumpfe, die sind kniestrumpfe" - Elas não são meias, são meias 3/4 (daquelas que vem até o joelho - e que vovó usava muito)!!

Adoro esse mix cultural! Estou no lugar certo, meu querido!
Beijos da magra :*

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