Nossa gente, quanto tempo que eu nao escrevo!! Como disse o Talui: atualiza o blog que tá só teia de aranha! hahah
Bem, depois de fazer o Mediterrâneo como Musica, pedi transferencia pro Poesia. Navio gêmeo do Orchestra, Musica e agora do mais novo da frota Magnifica.
Cheguei toda eufórica no Poesia, não só por reencontrar meu melhor amigo (italiano) Francesco, mas por também reencontrar o eu ex do Musica - Photo MNG.
Sempre é uma sensação nova embarcar, e como esse era meu 3° navio eu ja tava quase me acostumando. Revi os amigos, fiz novas amizades e claro, decidi (e acho q ele também) a ter só uma relação de amizade e sexo com o ex. Romenos são super legais e bem relax, sem problemas.
O problema foi quando no 3° dia, acho, um dos técnicos, pra ser mais precisa, o electronico, do navio, ficou me encarando na saleta (lugar onde comemos). Aquilo me incomodou porque ele era bonito, alto e me olhava forte. Nossa. Depois no crew bar também ficou me encarando e ai como eu nao sou mulher de enrolar, decidi chamar ele e o amigo pra uma partida de totó (futebol de mesa). Pronto, tava marcada a minha sentença. Nessa noite ficamos amigos, na outra vimos um filme juntos e na outra estávamos namorando. Rápido né? Eu adoro o tempo relativo do navio, acho que Einstein deve ter começado as teorias embarcado.
Foi uma relação bem legal, acho que a melhor que tive. Ele era super tranquilo, passava na recepção pra me ver e eu adorova a altura dele, um pouco maior que eu. Lembro que cheguei a perguntar por que ele ficou me encarando antes, por que me olhava? Ele disse fui eu que olhei no primeiro dia, logo quando embarquei que olhei pra ele dos pés a cabeça. Eu lembro de no 1° dia estar esperando pra pegar o crachá e um homem que vinha na nossa direção me chamou a atenção. Mas não lembro de ser ele ou de quem quer que fosse. Ele disse que eu fui a culpada, como sempre!
O Aleksander foi uma das poucas pessoas a quem me entreguei, acho que o único, sim o único. Ele era servio, mas morava já ha tempos em Stockholmo. Era tranquilo e sem vaidades, me guardava com ar de cachorro sem dono e fez despertar meu lado materno, que inferno!! Odeio quando eles me desequilibram. Tinhamos quase a mesma idade e éramos um casal bonito, apaixonado.
Nossa relação foi curta mas intensa. Conversávamos sobre família, nossas relações passadas (e acreditem a dele era bem pior que a minha- a ex dele o traiu e ficou grávida do outro), da nossa vida no navio e adorávamos LOST. Começamos a assistir juntos. Bem, eu sabia que ele ia desembarcar em breve, mas não quis saber a data e deixei rolar. Ele também, parece que tava bem na relação. Uma certa noite ele diz que muito trabalho e que nos falávamos depois, estranhei mas nao criei caso. No dia seguinte o idiota pede pra terminar, faltando 5 dias pra ele desembarcar porque ele achava melhor assim, sofrer agora do que sofrer depois. Que imbecil.
Chorei de um lado, ele do outro, tentei argumentar mas ele parecia certo daquilo. Tentei usar a artemanha do "vamos aproveitar o tempo que nos resta", mas nada!
Fui pra cabine e chorei, chorei no colo do meu amigo Francesco e fiquei indignada com o fim. Não fazia sentido. Como ele poderia esquecer toda a experiência que tivemos no Cabo Norte, do abraço que ELE me deu no meio da chuva quando os ônibus da excursão fizeram um stop e disse que gostava de mim. Das noites em que ELE se refugiava no meu colo e nós adormecíamos. Que coisa, homens, malditos idiotas. Fiquei mal, chorei. Escrevi pra minha irmã, que nessas horas tem os melhores conselhos pra mim e me diz p deixar de ser idiota. Que coisa!!!
Bem, passou. A custo de muitas lágrimas, de muito tentar entender. Cheguamos a ter uma conversa no meu do corridor, cheguei a insistir, se era isso mesmo o que ele queria e o pateta convicto. Eu bem que pedi uma explicação, pois tão pouco entendia, mas ele não me convenceu. Perguntei se era outra pessoa e ele negou. Bem, se não me quer, então não me merece. Aceitei!
Voltei a ficar com o ex romeno, fazia jogo duro com os italianos e um belo dia, algumas semanas antes do meu desembarque, fiquei com um passageiro. Nossa, vocês devem dizer, que facilidade. Mas esse, também não foi culpa minha, e ele nem é alto. Só tem um belo par de olhos azuis que junto com o sorriso de moleque formam um par perfeito. Simplesmente ele era o passageiro mais bonito daquele cruzeiro (isso eu descobri depois).
Na primeira investida dele eu não dei papo. Perguntou pra mim na recepção, se eu era espanhola. Disse que não e deixei ir sem comentários. Mas lembro direitinho do olhar que ele me deu quando disse que era brasileira, e eu já sabia que daquele mato saia coelho! Alguns dias depois descobri que ele estava com a família e iam fazer 2 cruzeiros. Não me afobei.
Antonio é italiano, ortopedista e de um humor bem agradável. Quase um moleque pode se dizer, se não fosse tão egoísta. Passou outra vez na recepção e ficou me olhando e me cercando, mas e eu estava estressada e não troquei mais que meia dúzia de palavras. Nessa mesma noite decidi ir a disco, coisa que há tempos eu não fazia. Quando cruzo o salão dou de cara com ele. Só fez estender o braço e me apanhou fácil. No início me fiz de difícil, ele era muito charmoso pro meu gosto e isso me irritava. Depois pensei que a vida era curta, que eu já ia desembarcar e me deixei sorrir com as brincadeiras dele. Ficamos juntos o resto do cruzeiro. Ele me ligava, passava na recepção, íamos aos bares e até Francesco ficou amigo dele. Ele é uma pessoa curiosa, agradável, inteligente, questionadora. Ficamos amigos. Quando Antonio desembarcou senti falta dele na noite seguinte. Depois me policiei e como todo tripulante deixei o mar levar e já lembrava dele como um bom amigo, uma boa experiência.
O navio Poesia
Como gêmeo dos outros 2 navios em que estive primeiro, o Poesia foi a minha melhor experiência. Tanto em termos de amor como pra amizades. Fiz bons amigos e também aprendi a equilibrar mais as coisas.
Visitei a Noruega, meu país preferido, a Suécia, Russia e descobri que sou um pouco xenófoba. Que as outras culturas muito diferentes me estressam e que não tenho paciência com a indelicadeza dos indianos e a arrogância dos americanos. Claro, isso no trabalho conta muito, não pode ser assim, tenho que ser imparcial. Mas as vezes não dá meu bem!
Ansiosa pra desembarcar liguei o foda-se (nem sei se ainda se usa o hífen). Fiquei com o passageiro e nem liguei se iam dizer alguma coisa ou não, até cheguei a pedir pro Deputy pra comer sushi com ele, e fomos sem problema algum. O Antonio foi uma pessoa interessante, aprendi muito com ele. E tão pouco cheguei a pensar que levaria a sério o pedido dele de eu ir visitá lo em Bologna. Acabei esquecendo e não dando importancia, pois como amor aprendi a fazer isso, se defender para não se deixar ferir.
Desembarquei em Kiel, num sábado ensolarado. O transfer nos levou para Hamburg e ai lá choraminguei pra mudarem minha passagem. Sem maiores problemas mudaram, mas acho que o portugues negão que me atendeu colocou as datas erradas e mudou pra uma semana depois. Quando vi já estava no trem. Ai começou o primeiro capitulo da minha tão atordoada viagem...
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