quarta-feira, 15 de setembro de 2010

EuroTrip 2010 Alemanha e Italia

...well well depois de ligar desesperadamente e tentar mudar pra mais longe a data da passagem, o rapaz me disse p tentar na 2a feira. Também relaxei. Tinha ganhado uma semana a mais e isso já era lucro.

A primeira viagem do corvo foi Hamburg -Berlin. Nossa, nunca mais quero viajar de Schönes Wochenend e de trem regional barato. Com a minha malona rosa pink pra cima e pra baixo, cheguei em Berlin, depois de perder uma conexao de trem, exausta. Encontrei meu amigo, amigo mesmo, Daniel e ai fomos logo beber umas pra comemorar.
Daniel esta se formando em engenharia aero-espacial, acho que é isso. É bem descontraido e grandão, e tinha passado uns dias com a gente em Belém e todos o adoraram.
Me recebeu super bem, passeamos, me levou pra vários lugares e até íamos pra Praga juntos quando não consegui mudar minha passagem por telefone e decidi ir logo visitar meu outro melhor amigo em Munique, o Juilson.



Parti pra Munique e cruzei a bendita Alemanha. Cheguei lá e no outro dia meu amigo me aconselhou a ir no guiche diretamente e tentar mudar. Boa idéia. O fiz e foi ai que bem na hora o italiano bolognes me manda uma outra mensagem se explicando e dizendo que ficaria muito feliz se eu fosse visita lo. Bem, como consegui mudar o voo, dessa vez não ignorei a mensagem e respondi que iria e assim que comprasse a passagem avisaria ele.
Estava tudo bem, tudo sobre controle, pois o plano era descer e chegar até Bari, no sul da Italia e lá encontrar meu amigo Francesco. Como Bologna ficava no meio do caminho e eu não conhecia a cidade ainda, pra mim era tudo festa.

BOLOGNA
Lá vai a magrela de Munchen p Bologna. E que viagem bonita, os alpes, as montanhas e plantações e as casinhas camponesas, que charme.
Cheguei na centrale e ele estava lá me esperando. Nossa relação nunca foi romantica e melosa, nem ficou. Éramos bons amigos, que adoravam a companhia um do outro e que de quebra transavam :) Gente, é a verdade, pra que pudores?? Não a esta altura do campeonato, pelo amor de Deus. Já não tenho mais idade pra isso.
Nos demos super bem, ele me tratou muito bem e nos divertimos juntos. Andamos de bicicleta, deitamos na grama, tomamos coca-cola juntos, a que ponto cheguei?! Me senti bem a vontade, sem contar com as noites em que ele ia deitar e não dava "boa noite" e que ficava estranho sem falar nada no jantar, acho que porque estava cansada (afinal eu estava de férias agora), minha estada lá foi ótima, poderia se repetir.
Gostei muito de Bologna, não é que tenha muita coisa pra ver. Mas é bem antiga e é próxima de muitas outras cidades. Enquanto meu amigo trabalhava eu passeava. Fui a Firenzi e revi a ponte Vecchia e o Duomo enorme com sua cupula gigantesca.
Aproveitei pra rever minha amiga da universidade, a Erica. Casou com um italiano e já tem 2 filhos. Que família bela. Cheguei até a ficar com uma certa inveja branca, de mulher claro. Pois é normal que as vezes eu pense em aquietar meu facho e sossegar. Mas ainda não apareceu e eu tão pouco me deixo levar. Vamos ver, quando tiver que acontecer acho que não vou esitar.
Eu me divertia com a idéia de achar que ele me tratava como um prêmio, e me exibia sem muitos pudores aos amigos quando nos apresentava e dizia: "essa é minha amiga Kadja, do Brasil", e seus olhos dilatavam. Não sei se pelo fato de dizer que eu era brasileira ou se pra deixar sub entendido que eu pertencia a ele, ou as duas coisas juntos. Pra mim, no final da brincadeira, era até engraçado. Não me tirou a ordem.
Depois de uma semana com ele, prolongando a partida, desci pra Bari. E mais meia dúzia de horas no trem italiano, que saudade me deu dos alemães!!
senti falta do Tony, quase cheguei a me desesperar. Pensei diversas coisas tristes e alegres. Lagrimei com as lembranças de menos de 24h e decidi que essa era a minha escolha, que essa era minha vida de idas e vindas e que eu não poderia me dar ao luxo de me apaixonar. Não que eu não o quisesse, mas que por ele não. Que por aquela situação não era ainda o tempo que deveria ter e ser. E quando cheguei na casa do meu amigo esqueci conscientemente, e me deixei deliciar só pelas lembranças e momentos bons que foram essa parte da viagem. E fiquei orgulhosa de mim mesma por conseguir esquecer e não dar o devido valor que eu realmente gostaria de dar a essa lembrança. Que mundo cruel.


BARI
Em Bari me senti em casa. Acolhida e com uma família que rapidamente fiz fazer parte da minha tão momentaneamente bagunçada vida. A mãe do meu amigo, o pai e principalmente a irmã, que me ajudou muito, são a minha família italiana, de coração! Passei poucos dias com eles, mas o respeito que surgiu ninguém pode imaginar. No dia de pegar o voo de volta pra Hamburg, bem essa é uma história longa, foi quando eu senti um pedaço do meu coração ficar na Italia. Foi quando descobri que somos bem parecidos e decidi que quero voltar e até morar por lá.


Viagem do corvo 2 BARI-BERLIN-HAMBURG
Bem, não sei nem por onde começar, mas essa foi a pior viagem da minha vida. Depois de me desesperar no aeroporto de Bari com o atraso de 4h do voo que ia me levar pra Berlin, e de Berlin eu deveria pegar um trem pra Hamburg, e ouvir meu amigo dizer que agora não era hora pra choro e sim hora pra me organizar e arrumar as coisas e dar um jeito de chegar em Hamburg, descobri que preciso ao menos, chorar uma meia dúzia de lágrimas e depois sim ficar puta com a situação até me conformar com a idéia de que eu teria que me virar.
O voo de Bari deveria sair as 17:45h e deveria chegar em Berlin as 20h. Era tudo perfeito pois as 23h eu teria que pegar o trem pra Hamburg, que inclusive era o último da noite, o próximo só partiria as 4h e chegaria bem depois do meu voo partir. O que aconteceu? O voo saiu as 22 e uns quebrados e cheguei em Berlin tipo quase 1h da manhã. Nessa confusão tinha uma italiana que morava em Berlin e que tinha uns principios meio que anarquistas pois dizia que iria me ajudar, que a empresa ia ser processada depois e que não ia ficar assim que ela daria um jeito deu chegar em Hamburg pra não perder o voo p Brasil. Resumé da história que eu nem sei por onde ela anda e que meio de banda assim ela me ajudou.

Em Berlin, ela me botou num taxi junto com umas 3 ragazze e mandou levar num hotel. No meio do caminho eu decidi ir a uma locadora de carros e fiquei por lá mesmo. A cagada foi quando tentei alugar o carro e meu cartão não passou. Que ódio deles!! Se bem que eu tinha comprado a passagem pra Belém e sabia que talves não passasse. Lembram daquele meu amigo de Berlin, o Daniel?? Pois é, liguei p ele e ele veio me ajudar. Danke Dani!!
Peguei o carro e voei nas Autobahns, era tão perfeito que quando eu via estava a 160km e tinha que reduzir. Schade!
Cheguei em Hamburg e fiz logo o check in. Fui devolver o carro e mais um capitulo pra novela, tinha que ser lá atrás e num sei o que... corri, levei o carro e tive que pagar o dobro porque não abasteci. Odiei os alemães pelo jargão: "mas se vc não fez, alguém vai ter que fazer e isso custa dinheiro". Mas me conformei.
No controle da polícia revistaram minhas 2 mochilas detalhadamente, que ódio qu eme deu...e odiei mais ainda eles pela petulância e audacia, como poderiam fazer aquilo comigo se eu estava atrasada pra embarcar e desesperada pra voltar pra casa.
Passei, e quando estou na porta do avião o estalo "esqueci minha jaqueta no controle, puta que pariu"!! Sai correndo, pedi pra deixar a mochila na entrada da aeronava mas não teve conversa, um negão alemão e uma branquela azeda ditadora me meteram medo e ainda me fizeram deixar meu cartão de bordo, me fizeram estremessar dizendo que se eu perdesse o voo era minha responsabilidade. Não tive tempo de ficar puta, nem de chorar de ódio. Corri muito, pois não era perto o portão de embarque, passei da entrada, voltei. Pedi a jaqueta e estava numa outra sala, PQP de novo... corri peguei e corri menos ainda quando ofegante, com duas mochilas e a bendita jaqueta na mão, pensei... bem, já me fodi tanto nessa saga, que se eu perder a porra do avião vai ser porque Deus quer, pois parece que é isso já que ta dando tudo errado!
Cheguei na prota do avião e a aeromoça me olhou e disse: Você está bem? Eu olhei pra ela e repliquei dizendo que não tinha dormido, nem comido e que só queria me sentar.
Lá vai o avião pra Paris. Graças a Ele, adeus Alemanha!
Com a conexão em Paris fiquei feliz, pois podia recuperar 42 euros de tax free do meu pc. Isso se a maldita da francesa não ficasse puta comigo só porque não falo francês e por que ela começou a falar espanhol comigo e eu disse que não estava entendendo nada do que ela falava. Ela me olhou fuminante e disse: mas você nao fala espanhol? Eu bem puta ri e disse: no, I'm Brazilian. Como assim se sou brasileira tenho que falar espanhol!! Ai que ódio. Não me deixei abater quando ela pediu p ver o pc e eu nao entendi, já ela dizia, "show me your goods", e me fez ler na placa depois de perguntar se eu falava mesmo inglês! Mais um ódio se acumulando, mas deixei passar pensando nos 42 euros. Carimbou minha nota e desci p pegar a grana. Só faltei chorar quando vi que eram só 39 euros, já que tinha que pagar comissão não sei pra quem nem do que!
Quando tava entrando no salão, ouvi a última chamada pra embarcar pra São Paulo. Depois de mostrar o bilhete umas 10 vezes, sentei na poltrona e não tive como segurar. Como eu poderia ter percorrido tudo e passado por tudo aquilo e ainda me parecer um pesadeo. Eu não acreditava e cheguei até a pensar que ia morrer, pois pareceu que não era pra eu voltar, tudo conspirou contra mim naquele voo, naquele dia. Cheguei a pedir perdão e chorei silenciosamente, sentindo falta de amparo e de algo que me desse forças pra chegar ao final. Orei e adormeci.
O voo foi tranquilo. Vi filmes e dormi muito.
Em Sampa o último capítulo da saga "tentando voltar pra casa". Pegui o Onibus, desce, pegua o metro, faz baldiação, chega na rodoviária e embarca pro Rio. Foi o preço a pegar por não ligar pra Tam e pedir p trocar o voo.
Cheguei no Rio e finalmente em casa. Nem pude acreditar que a viagem do corvo estava acaba. Graças a Deus. Se era pra eu não voltar naquele dia, até hoje não entendo, mas que foi difícil foi, pelo menos me deixou mais forte.

MSC POESIA 2010

Nossa gente, quanto tempo que eu nao escrevo!! Como disse o Talui: atualiza o blog que tá só teia de aranha! hahah
Bem, depois de fazer o Mediterrâneo como Musica, pedi transferencia pro Poesia. Navio gêmeo do Orchestra, Musica e agora do mais novo da frota Magnifica.

Cheguei toda eufórica no Poesia, não só por reencontrar meu melhor amigo (italiano) Francesco, mas por também reencontrar o eu ex do Musica - Photo MNG.

Sempre é uma sensação nova embarcar, e como esse era meu 3° navio eu ja tava quase me acostumando. Revi os amigos, fiz novas amizades e claro, decidi (e acho q ele também) a ter só uma relação de amizade e sexo com o ex. Romenos são super legais e bem relax, sem problemas.

O problema foi quando no 3° dia, acho, um dos técnicos, pra ser mais precisa, o electronico, do navio, ficou me encarando na saleta (lugar onde comemos). Aquilo me incomodou porque ele era bonito, alto e me olhava forte. Nossa. Depois no crew bar também ficou me encarando e ai como eu nao sou mulher de enrolar, decidi chamar ele e o amigo pra uma partida de totó (futebol de mesa). Pronto, tava marcada a minha sentença. Nessa noite ficamos amigos, na outra vimos um filme juntos e na outra estávamos namorando. Rápido né? Eu adoro o tempo relativo do navio, acho que Einstein deve ter começado as teorias embarcado.

Foi uma relação bem legal, acho que a melhor que tive. Ele era super tranquilo, passava na recepção pra me ver e eu adorova a altura dele, um pouco maior que eu. Lembro que cheguei a perguntar por que ele ficou me encarando antes, por que me olhava? Ele disse fui eu que olhei no primeiro dia, logo quando embarquei que olhei pra ele dos pés a cabeça. Eu lembro de no 1° dia estar esperando pra pegar o crachá e um homem que vinha na nossa direção me chamou a atenção. Mas não lembro de ser ele ou de quem quer que fosse. Ele disse que eu fui a culpada, como sempre!

O Aleksander foi uma das poucas pessoas a quem me entreguei, acho que o único, sim o único. Ele era servio, mas morava já ha tempos em Stockholmo. Era tranquilo e sem vaidades, me guardava com ar de cachorro sem dono e fez despertar meu lado materno, que inferno!! Odeio quando eles me desequilibram. Tinhamos quase a mesma idade e éramos um casal bonito, apaixonado.
Nossa relação foi curta mas intensa. Conversávamos sobre família, nossas relações passadas (e acreditem a dele era bem pior que a minha- a ex dele o traiu e ficou grávida do outro), da nossa vida no navio e adorávamos LOST. Começamos a assistir juntos. Bem, eu sabia que ele ia desembarcar em breve, mas não quis saber a data e deixei rolar. Ele também, parece que tava bem na relação. Uma certa noite ele diz que muito trabalho e que nos falávamos depois, estranhei mas nao criei caso. No dia seguinte o idiota pede pra terminar, faltando 5 dias pra ele desembarcar porque ele achava melhor assim, sofrer agora do que sofrer depois. Que imbecil.
Chorei de um lado, ele do outro, tentei argumentar mas ele parecia certo daquilo. Tentei usar a artemanha do "vamos aproveitar o tempo que nos resta", mas nada!

Fui pra cabine e chorei, chorei no colo do meu amigo Francesco e fiquei indignada com o fim. Não fazia sentido. Como ele poderia esquecer toda a experiência que tivemos no Cabo Norte, do abraço que ELE me deu no meio da chuva quando os ônibus da excursão fizeram um stop e disse que gostava de mim. Das noites em que ELE se refugiava no meu colo e nós adormecíamos. Que coisa, homens, malditos idiotas. Fiquei mal, chorei. Escrevi pra minha irmã, que nessas horas tem os melhores conselhos pra mim e me diz p deixar de ser idiota. Que coisa!!!

Bem, passou. A custo de muitas lágrimas, de muito tentar entender. Cheguamos a ter uma conversa no meu do corridor, cheguei a insistir, se era isso mesmo o que ele queria e o pateta convicto. Eu bem que pedi uma explicação, pois tão pouco entendia, mas ele não me convenceu. Perguntei se era outra pessoa e ele negou. Bem, se não me quer, então não me merece. Aceitei!

Voltei a ficar com o ex romeno, fazia jogo duro com os italianos e um belo dia, algumas semanas antes do meu desembarque, fiquei com um passageiro. Nossa, vocês devem dizer, que facilidade. Mas esse, também não foi culpa minha, e ele nem é alto. Só tem um belo par de olhos azuis que junto com o sorriso de moleque formam um par perfeito. Simplesmente ele era o passageiro mais bonito daquele cruzeiro (isso eu descobri depois).

Na primeira investida dele eu não dei papo. Perguntou pra mim na recepção, se eu era espanhola. Disse que não e deixei ir sem comentários. Mas lembro direitinho do olhar que ele me deu quando disse que era brasileira, e eu já sabia que daquele mato saia coelho! Alguns dias depois descobri que ele estava com a família e iam fazer 2 cruzeiros. Não me afobei.

Antonio é italiano, ortopedista e de um humor bem agradável. Quase um moleque pode se dizer, se não fosse tão egoísta. Passou outra vez na recepção e ficou me olhando e me cercando, mas e eu estava estressada e não troquei mais que meia dúzia de palavras. Nessa mesma noite decidi ir a disco, coisa que há tempos eu não fazia. Quando cruzo o salão dou de cara com ele. Só fez estender o braço e me apanhou fácil. No início me fiz de difícil, ele era muito charmoso pro meu gosto e isso me irritava. Depois pensei que a vida era curta, que eu já ia desembarcar e me deixei sorrir com as brincadeiras dele. Ficamos juntos o resto do cruzeiro. Ele me ligava, passava na recepção, íamos aos bares e até Francesco ficou amigo dele. Ele é uma pessoa curiosa, agradável, inteligente, questionadora. Ficamos amigos. Quando Antonio desembarcou senti falta dele na noite seguinte. Depois me policiei e como todo tripulante deixei o mar levar e já lembrava dele como um bom amigo, uma boa experiência.

O navio Poesia

Como gêmeo dos outros 2 navios em que estive primeiro, o Poesia foi a minha melhor experiência. Tanto em termos de amor como pra amizades. Fiz bons amigos e também aprendi a equilibrar mais as coisas.
Visitei a Noruega, meu país preferido, a Suécia, Russia e descobri que sou um pouco xenófoba. Que as outras culturas muito diferentes me estressam e que não tenho paciência com a indelicadeza dos indianos e a arrogância dos americanos. Claro, isso no trabalho conta muito, não pode ser assim, tenho que ser imparcial. Mas as vezes não dá meu bem!

Ansiosa pra desembarcar liguei o foda-se (nem sei se ainda se usa o hífen). Fiquei com o passageiro e nem liguei se iam dizer alguma coisa ou não, até cheguei a pedir pro Deputy pra comer sushi com ele, e fomos sem problema algum. O Antonio foi uma pessoa interessante, aprendi muito com ele. E tão pouco cheguei a pensar que levaria a sério o pedido dele de eu ir visitá lo em Bologna. Acabei esquecendo e não dando importancia, pois como amor aprendi a fazer isso, se defender para não se deixar ferir.

Desembarquei em Kiel, num sábado ensolarado. O transfer nos levou para Hamburg e ai lá choraminguei pra mudarem minha passagem. Sem maiores problemas mudaram, mas acho que o portugues negão que me atendeu colocou as datas erradas e mudou pra uma semana depois. Quando vi já estava no trem. Ai começou o primeiro capitulo da minha tão atordoada viagem...